Ansiedade e estresse são termos de uso corrente entre as pessoas
participantes daquilo que se chama vida moderna. Ninguém gosta de pensar
neles como formas de algum transtorno emocional. Isso pode parecer
muito próximo do descontrole, da piração ou da loucura e, diante da
possibilidade de sermos afetados, pelo menos alguma vez na vida, pelo
estresse, pela ansiedade, então será melhor não considerá-los como
formas de algum transtorno emocional e acabamos ignorando-as. Errado!
Devemos considerar o estresse uma ocorrência fisiológica e normal no
reino animal. O estresse é a atitude biológica necessária para a
adaptação do organismo à uma nova situação. Em medicina, entende-se isso
como uma ocorrência fisiológica global, tanto do ponto de vista físico
quanto do ponto de vista emocional.
Fisicamente, o estresse aparece quando o organismo é submetido à uma
nova situação, como uma cirurgia ou uma infecção, por exemplo, ou quando
há uma situação percebida como de ameaça. De qualquer forma, trata-se
de um organismo submetido à uma situação nova (física ou psíquica), pela
qual ele terá de lutar e adaptar-se e, consequentemente, terá de
superar. Portanto, o estresse é um mecanismo indispensável para a
manutenção da adaptação à vida, indispensável à sobrevivência, porém
dentro de um limite.
Do ponto de vista psíquico o estresse se traduz na ansiedade. A
ansiedade é, assim, uma atitude fisiológica (normal e esperada)
responsável pela adaptação do organismo às situações de perigo. Vejamos,
por exemplo, as mudanças acontecidas em nossa performance física quando
um cachorro feroz tenta nos atacar, quando fugimos de um incêndio,
quando passamos apuros no trânsito, quando tentam nos agredir e assim
por diante. De frente para o perigo nossa performance física faz coisas
extraordinárias, coisas que normalmente não seríamos capazes de fazer em
situações mais calmas. Se não existisse esse mecanismo que nos coloca
em posição de alerta ou alarme, talvez nossa espécie nem teria
sobrevivido às adversidades encontradas pelos nossos ancestrais.
Embora a ansiedade favoreça a performance e a adaptação, ela o faz
somente até certo ponto, até que nosso organismo atinja um máximo de
eficiência. À partir de um ponto excedente a ansiedade, ao invés de
contribuir para a adaptação, concorrerá exatamente para o contrário, ou
seja, para sintomas emocionais e muitas vezes físicos. Nesse ponto
crítico, no qual a ansiedade foi tanta que já não favorece
positivamente, ocorre um esgotamento A partir desse ponto, o desempenho
ou adaptação para novas situações cai vertiginosamente. Aí se
caracteriza o esgotamento e, consequentemente, vários sintomas.
Em nossos ancestrais esse mecanismo foi destinado à sobrevivência diante
dos perigos concretos e próprios da luta pela vida, como foi o caso das
ameaças de animais ferozes, das guerras tribais, das intempéries
climáticas, da busca pelo alimento, da luta pelo espaço geográfico, etc.
No ser humano moderno, apesar dessas ameaças concretas não mais
existirem em sua plenitude tal como existiram outrora, esse equipamento
biológico continuou existindo. Apesar dos perigos primitivos e concretos
não existirem mais com a mesma freqüência, persistiu em nossa natureza a
capacidade de reagirmos ansiosamente diante das ameaças.
Nunca poderemos aprender a lidar e aceitar como uma rotina constante a
ansiedade e o estresse em excesso. Temos sempre que dar o máximo de
atenção aos sinais que nosso corpo nos proporciona. Costumo dizer que
quando não estamos dormindo bem, com algum desconforto físico,
irritabilidade, falta de atenção, o nosso organismo nos está sinalizando
que é o momento de rever o caminho e muitas vezes mudar a direção, mas
infelizmente tomamos imediatamente um medicamento para “sufocar” este
alerta, ignorando o porque do surgimento.
Se você leu este texto e se identificou com os sintomas descritos acima,
hora de fazer uma análise dos núcleos de sua vida, sejam eles
relacionamento, trabalho, família, outros, e verificar onde poderá mudar
e buscar o seu equilíbrio o mais urgente possível.
Nunca se acomode ou tente se adaptar a algo que não está lhe fazendo bem e principalmente feliz!
Fonte.
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